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Publicado em: 18 de junho de 2020


Dexametasona: O que é, para que serve e qual sua eficácia contra a COVID-19?

Diversos laboratórios ao redor do mundo estão em buscas de possíveis remédios para amenizar as consequências da COVID-19. Durante meses, a hidroxicloroquina gerou uma grande discussão a respeito de sua efetividade e permissão de uso, até que foi declarada com ineficiente. Em meio aos diversos estudos, na segunda semana de junho, pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram a possibilidade de um outro medicamento, a dexametasona.

Diante dessa nova divulgação, o texto a seguir busca explicar mais claramente o que é esse remédio e como ele reage no organismo.

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O que é dexametasona?

Primeiramente, a dexametasona não é nova, trata-se de um medicamento corticostereoide, que surgiu nos anos 60 e, desde então, é utilizado no tratamento de doenças como: artrite, asma, alergias, reumatoide e até mesmo câncer, devido seu alto poder anti-inflamatório e imunossupressor.

Para que serve a dexametasona?

A dexametasona é utilizada em tratamentos intensivos e de curto prazo na intenção da redução da atividade de defesa orgânica. A partir de então, ela impede que as células liberem substâncias que produzem respostas imunológicas e que controlam a inflamação excessiva. Desta forma, reduz-se a circulação dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. Por fim, o medicamento é metabolizado pelo rim e excretado.

Dexametasona e a COVID-19

O remédio tem mostrado resultados promissores apenas em pacientes graves e submetidos a ajuda de equipamentos para respiração. Em quadros clínicos como este, a inflamação exacerbada danifica os órgãos, então o medicamento entra auxiliando no controle desta forte reação causada pela COVID-19, mas não há componentes que ataquem diretamente o vírus.

Além disso, não deve ser tomada como forma preventiva ou em casos leves, já que reduz a imunidade do nosso corpo, podendo causar o efeito reverso. Por isso, o medicamento deve, somente, ser utilizado com a indicação e acompanhamento de um médico e em casos específicos.

A pesquisa sobre o medicamento

A pesquisa coordenada pela Universidade de Oxford comparou 2.104 pacientes que tomaram a dexametasona por dez dias, com outros 4.321 que não receberam o medicamento, sendo que os dois grupos receberam os cuidados necessários. Dentre os que estavam recebendo ventilação mecânica, o risco de morte diminuiu em 35%. Já no grupo de pacientes que estavam recebendo oxigenação, mas sem a necessidade de recorrer a respiração artificial, a redução foi de 20%. Em pessoas com sintomas leves, não houve diferença.

A intenção é que, com a continuação das pesquisas, obtenham-se resultados mais precisos sobre a dosagem indicada, dependendo da gravidade do internado.

Estudo da dexametasona para COVID-19 (Reprodução BBC)

A pesquisa no Brasil

No Brasil, o medicamento está sendo experimentado em estudos organizados pelo Hospital Sírio-Libanês, Albert Einstein e Oswaldo Cruz com envolvimento de 350 pacientes espalhados por 40 hospitais. O resultado das pesquisas deve ser publicado em agosto de 2020.

A Organização Mundial da Saúde pede atenção!

A OMS se pronunciou a respeito do medicamento, pedindo cautela e afirmando que ainda é necessário que as pesquisas continuem para que mais tratamentos sejam analisados, incluindo o tratamento de pacientes com sintomas leves.

Além disso, diante dessas novas informações, a Organização Mundial da Saúde está coordenando uma ação para analisar as pesquisas feitas, com intuito de aumentar o entendimento sobre esse possível tratamento.

Possíveis efeitos colaterais da dexametasona

  • Acne
  • Indigestão
  • Aumento de peso
  • Aumento de apetite
  • Náusea
  • Anorexia
  • Vômitos
  • Agitação
  • Depressão
  • Edema
  • Cicatrização lenta
  • Hipertensão
  • Aumento de glicemia

 

Sendo assim, o estudo mostra um avanço nas pesquisas para um tratamento promissor da COVID-19. Porém, deve se levar em consideração que ainda serão feitas mais análises para um conhecimento mais preciso e melhor uso do medicamento. Além disso, é importante ressaltar que ele é direcionado a um grupo restrito (pacientes em estado grave) e deve, imprescindivelmente, ser ministrado por um médico para não gerar um efeito rebote ao diminuir a imunidade do organismo.

 

Fonte: OMS / BBC

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